Se você pensa que o estúdio de tatuagem é um lugar em que as pessoas vão apenas para fazer desenhos maneiros e que estejam na moda para parecerem mais “cool”, se enganou. Uma modalidade de tattoo tem ganhado adeptos nos últimos anos: as chamadas tatuagens funcionais, arte salvando vidas.
Este tipo de tatuagem trabalha mais com a comunicação do que com a estética. Ela tem o propósito de ser utilizada como uma ferramenta de prevenção, avisar sobre uma doença pré-existente, alergia ou identificar o tipo sanguíneo.
Vários estúdios já fazem tatuagens funcionais, um deles é o ItattooClub, localizado no Sumaré, em São Paulo. “Acredito que esta modalidade de “tattoo” é um forte combatente ao preconceito no mundo da tatuagem, pois mostra que a arte também pode ser útil em momentos de mal súbito, por exemplo”, afirma Daniel Couto, proprietário do estúdio rotativo.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), pessoas com hipoglicemia podem ter perda de consciência a qualquer momento do dia. Uma tatuagem indicando a possível causa do desmaio pode orientar as pessoas que estão próximas, ou até mesmo, a equipe médica que atendendo a ocorrência. E segundo um artigo da Dra. Bibiana Prada de Camargo Colenci, publicado no site da SBD, se o paciente estiver com o diabetes bem controlado e os níveis de açucar no organismo estiverem baixos, o paciente pode sim fazer uma tatuagem, evitando risco de infecção no processo de cicatrização.
No caso da tipagem sanguínea, em uma necessidade de transfusão, por exemplo, o tipo sanguíneo tatuado no punho pode facilitar e agilizar o processo de atendimento ao paciente.
Outro caso de tatuagem funcional é o “ponto e vírgula”, um movimento a favor da vida e da prevenção mental. Neste tipo, também chamado de “Semicolon Tattoo Project”, os tatuados mostram que poderiam ter escolhido parar (ponto), mas preferiram seguir (vírgula). Uma diferente utilização para este estilo é a indicação de deficiências. No caso de surdez, é possível indicá-la com um autofalante e um “x”. O mais interessante disso tudo é que o cliente não precisa simplesmente escrever que tem alergia a algum medicamento em sua pele. É possível discutir e criar sua tattoo junto ao artista que vai desenhá-la. “É uma maneira de deixar a tatuagem mais original e de um jeito que o tatuado irá gostar”, conclui Daniel.
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